domingo, 27 de maio de 2012

PÁGINAS MENTAIS

Não mais o eterno engano de estar no mundo supostamente separados, defendidos apenas por nossas ilusões que só nos distanciou da verdade original.
Mantendo o medo ou a raiva mantivemos nosso apego que protegeu nosso erro raiz e nos fez ignorantes da vacuidade, infinitamente circulando no samsara. Ainda perseguindo essa blindagem glamurosa, acolchoados por nossas crenças e por elas apenas "protegidos", não percebemos este mundo como a cidade das ilusões, criadas por nós mesmos, e seguimos insistindo no constante "crendo para resistir".

Porém, se a partir de agora declararmos e tratarmos esses enganos como nosso precioso material de trabalho, como o veneno que cura e utilizar esse "curare" como nosso "autocurare", tudo se transformará em seu antídoto. Nossa percepção da realidade poderá tornar-se uma visão correta ao tatuarmos em nosso coração que tudo no mundo interno ou externo é criação de nossa mente. Nosso medo então se torna o maior destemor, nosso apego um contentamento centrado e nossa raiva a ternura que abraça nossas limitações. Esse é o rugido do leão magnânimo que há em todos nós, que marca de lealdades e realeza o espaço onde relaxa sua bravura.

NOSSO FUNCIONAMENTO DIÁRIO
A MENTE DE CADA DIA

1. Nossa mente nunca está na mente, está sempre presa no desejo.
2. O desejo se mantém protegido pelo apego ou pela raiva.
3. A raiva e o desejo são mantidos pelo obscurecimento mental = ignorância de como funciona a realidade... nosso grande erro raiz. Daí.... continuamente:

1. Agimos como os porcos que não discriminam entre o que comem e onde dispensam seus elementos, sem distinguir fezes de trufas. Isso porque não examinamos entre auto-existência e falta de auto-existência de tudo, impondo nossa ignorância sobre o real funcionamento da realidade e subordinando nossa libertação aos deveres e prazeres do samsara, acreditando ser isso o que viemos fazer aqui.

2. Relutamos, em primeiro lugar, tomar refúgio no guru, dharma e sangha, e continuamos nos movimentando viciados no samsara como as galinhas que colocam tudo debaixo das asas, mas nunca levantam vôo.

3. Insistimos no gostar e desgostar sem a sabedoria de onde eles provém. Fechados em padrões e ressentimentos, esfriando nossos corações; e assim com as cobras que vivem escondidas no escuro, damos botes naquilo que desejamos, mordemos quando rejeitamos ou assustamos sendo indiferentes.
(esta parte do texto - A Mente de Cada Dia  foi inspirada em aulas de Lama Kalden)

Ivy Francis Dechen Ashu
Setembro de 2007

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